Esse post é pra falar da escolha da Reumatologia de uma forma bem informal. Eu gosto de conversar assim.
Eu escolhi estudar medicina pois sempre tive uma influência muito forte do meu pai, ortopedista apaixonado pela Medicina como um todo. Sempre falou com brilho nos olhos. Estudei um tantão e consegui passar na UFMG.

Vixe, sempre que tem que ter esse tipo de foto pra passar vergonha rs…
Quando entrei na Faculdade de Medicina da UFMG em 2006, encontrei um ambiente acolhedor, com ótimos colegas. Logo no começo meu pai me levou pra ver uma cirurgia de coluna, e em seguida uma de colocação de prótese de fêmur. Acho que ali, bem no comecinho, vi que isso de cirurgia e sangue não era pra mim rs… Apesar disso achava a anatomia musculoesquelética fantástica. A melhor e mais interessante!
Com o passar dos anos cheguei no ciclo clínico, onde começamos os atendimentos. Não esqueço nunca do meu professor de semiologia do quinto período, o Dr Davidson Pires de Lima. Que médico humano! Ele via os pacientes de forma integral… Não eram doentes com diagnóstico tal. Os via como seres humanos, inseridos num contexto social, com uma história de vida, uma bagagem, e alguma coisa acontecendo com a saúde. Ali, com ele, muita coisa mudou em mim.
Eu estava vindo do ciclo básico, onde estudávamos fisiologia, patologia, histologia, etc… mas faltava o componente humano. E quando isso passou a acontecer, com ele nos ensinando e inspirando, vi que não tinha como ser diferente. Eu tinha que ser uma médica clínica. Acho que ele não tem noção do como foi importante.
Tive inúmeros outros professores fantásticos na faculdade. Cada um com sua magia, com seu ponto de vista. Nossa, a UFMG é lindamente humana.
Quando cheguei no período do internato de Clínica Médica encontrei outro médico super humano, o Dr Enio Pietra. Outro ser iluminado. E lá, na enfermaria do Hospital das Clínicas, conheci uma paciente com Lupus, internada por complicações da doença. Por motivos de privacidade não vou citar o nome dela. Mas gostaria, porque ela fez toda diferença na minha vida. Uma pessoa interessantíssima. Ia lá avaliá-la e ficava muito tempo conversando. Eu gosto muito de conversar. Ela também.
Um dia ela disse que estava escrevendo um livro sobre sua vida, que precisava disso. E falou: “Luiza, o Lupus é uma doença de pessoas não realizadas, e escrevendo quero me realizar”. Aquilo me tocou profundamente. Não que eu concorde, não é isso. Mas me tocou o fato de ela ter uma visão da condição, de um perfil, de um impacto, e de uma maneira de contornar isso. E aí eu notei que de todas as áreas da Medicina, a Reumatologia é uma área em que é completamente necessário ver o Ser Humano, e não a Doença. Tudo se conecta.
Me encantei e passei a buscar isso. Gosto muito de estudar. Pra Reumatologia temos que saber um bocado de tudo da Medicina. E, principalmente, tem que ser humano. Eu gosto de gente. Eu gosto de ouvir caso. Eu gosto de contar caso.
Foto da graduação também tem que ter
Fiz minha Residência de Reumato novamente no Hospital das Clínicas da UFMG, onde conheci colegas (médicos e não médicos) maravilhosos e pacientes maravilhosos. Trabalhei em Mariana, cidade maravilhosa que morro de saudades, trabalhei na Prefeitura de BH e de Nova Lima com pessoas incríveis. E hoje, com muito orgulho, sou preceptora no IPSEMG, que é outro lugar com colegas maravilhosos. Tenho muita satisfação de estar lá, onde aprendo todos os dias com meus colegas, com os residentes, e mais ainda com meus pacientes. E, claro, também no consultório que montei com todo o carinho do mundo!
Equipe querida de Reumato do IPSEMG e colegas
Só posso falar que fiz uma decisão muito acertada ao escolher a Reumatologia.
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